O renascer, a qualidade de vida e os vínculos humanos
Os rins são órgãos vitais para o ser humano, responsáveis pelo bom funcionamento de nosso corpo. Eles “filtram” as impurezas e toxinas do nosso sangue e regulam a quantidade de água e sais minerais, a produção de glóbulos vermelhos e mantêm nossa pressão arterial a partir de hormônios que eles liberam.
Quando os rins não funcionam em sua integridade e necessitam de auxílio, há terapias renais substitutivas, como a hemodiálise e diálise peritoneal. A partir disso, os pacientes portadores de doença renal crônica (DRC), em estágio de falência renal, iniciam processo de avaliação para o transplante renal, que é considerado a grande opção de aprimoramento de funcionalidade e efetividade, pois permite ao paciente maior liberdade na sua rotina e oportunidade de mudanças no cuidado de sua saúde. O transplante renal representa para o paciente a oportunidade de nascer de novo. É uma solução para otimização da qualidade de vida de um paciente renal crônico.
O Hospital Pompéia é agraciado por uma seleção de profissionais na Equipe de Transplante Renal que é composta pelos cirurgiões: Marcos Antônio Ruzzarin, Luis Alberto Zanettini, Rubens Guelfi, Carolina Kayser Guelfi e Ivanes Tomazzoni e pelos nefrologistas: Osvaldo Simões Pires Von Eye, Cristiane Souto, Daniela Azevedo Osório e Mariana Bertoldo.
Para mim, é uma honra representar a nossa equipe e falar sobre o tema.
Para o profissional, um transplante representa a essência do ser médico e também a parte mais nobre da medicina, pois é o ápice da adesão do paciente com sua saúde e requer toda humanização do vínculo entre o médico e o paciente.
O sucesso do transplante depende de vários fatores e a relação do médico com o paciente é fundamental para isso. Há necessidades especiais e apoio demandado na etapa pós-operatória. Seguir o tratamento e as recomendações médicas permitem manter a saúde do paciente e também preservar o seu rim transplantado.
Para oferecer melhor cuidado, há uma rede de apoio ao paciente, formada por uma equipe multidisciplinar que inclui profissionais de psicologia, nutrição, fisioterapia, farmácia e assistência social. Este time atua junto ao programa de transplante e atende constantemente aos pacientes.
Essa dedicação coletiva ao paciente me faz recordar de uma frase que meu avô, João Alberto Berthier Vieira (Betinho), proferiu em seu discurso de posse no Lions Clube: “o homem que passa por esta vida e não serve, só passou, não viveu”. Acredito muito no nosso processo dentro da medicina: de servir aos nossos pacientes, melhorando a sua qualidade de vida. E isto pode ser representado através do transplante, pois é a nossa essência servir e acolher o paciente neste momento.
Constantemente estamos buscando aumentar o volume de transplantes/ano através do aprimoramento de rotinas e protocolos assistenciais. No Rio Grande do Sul, por exemplo, em 2020 foram realizados 340 transplantes renais, 251 em 2021 e 232 somente até julho deste ano. Já a lista de espera para transplante renal, sob última atualização de julho de 2022, está com 1318 pacientes aguardando um doador.
Àqueles que estão na fila, esperando uma oportunidade de transplante, deixo uma mensagem: não perca as esperanças, pois “quem acredita sempre alcança!”. Então, mantenham-se sempre presentes, realizando suas avaliações, seus exames, para que o transplante seja um sucesso. Assim, vocês serão agraciados com esta dádiva.
A doação de um órgão é um ato de amor ao próximo e no Brasil ainda é necessário autorização para que possa ocorrer. Por isso faço agradecimento aos doadores, especialmente aos familiares que, no momento mais difícil pela partida do seu ente querido, têm a racionalidade e a humanização de optar pela doação de órgãos.
Fazer o bem nos faz bem!
]]>
